Às quartas-feiras, usamos Sororidade

Resenha Critica do filme "Meninas Malvadas", escrita por Lucas Rodrigues.


Nessa imagem temos Karen (Amanda Seyfried), Cady (Lindsay Lohan), Regina George (Rachel McAdams) e Gretchen (Lacey Chabert).


Na quarta, assisti “Meninas Malvadas” (Mean Girls, para os norte-americanos) e foi uma mistura de nostalgia com satisfação em ver Cady Heron (Lindsay Lohan), uma garota de 16 anos indo para a escola pela primeira vez, depois de passar doze primaveras na África, com seus pais zoólogos, que também eram seus professores. A Rainha da Primavera de 2004, do Colégio North Shore estudava em casa e não estava acostumada a conviver com os animais no cio da selva de pedra chamada High School, ou, Ensino Médio, como chamamos aqui no Brasil.

Seu primeiro dia de aula como uma típica adolescente norte-americana não foi tão marcante quanto o segundo ao ser importunada por um adolescente e ser defendida por Regina que era a Rainha de um grupo de amigas. E assim, a partir do “dia dois”, a Senhorita Heron que fora convidada oficialmente pela Regina a fazer parte do grupo, faz amizade com Janis e Damian, ou “as melhores pessoas do mundo”, como se auto caracterizavam. Juntos, os três começaram uma vingança contra As Poderosas Gretchen Weiners (Lacey Chabert), Karen Smith (Amanda Seyfried) e a Abelha Rainha, Regina George (Rachel McAdams).

         
Quem são "As Poderosas"?

O plano de vingança se consistia em derrubar, de uma vez por todas, o reinado da “Ditadora Cruel”, Regina George. Para isso se concretizar, Cady deveria continuar andando com as Mean Girls como se nada estivesse acontecendo. Com tudo organizado, o ataque começou pelo “namorado bonito” da rainha, se estendeu para as operárias Gretchen e Karen e, por fim, o “corpo tecnicamente atraente” da Regina foi afetado. Agora, aquela que comandava tudo e a todos estava em seu estado mais sórdido, com apenas uma roupa cabendo em seu corpo, sem namorado, sem amigas e sem sua popularidade. Cady conseguiu tudo para si.

No início, tudo parecia algo engraçado e ver a Abelha Rainha decair gradativamente leva uma sensação de satisfação no espectador, transformando-se mais tarde em um sentimento de preocupação que carrega uma dúvida gerada a partir de uma cena que se encontra depois de uma hora de filme: o que a Cady se tornou? Um “clone da Regina George”, uma “mentirona nojenta, cruel, metida e falsa”, uma “poderosa” ou uma “Menina Má”? (todas as frases foram ditas pelo Aron e Janis, enquanto Cady dava uma festa em sua casa).

Com seu reinado acabado, Regina decide vingar-se de sua ex-amiga, propagando cópias do “Livro do Arraso”. Esse artefato nada mais é do que um caderno que as Mean Girls usavam para descontar todo o seu ódio pelas pessoas do Colégio North Shore. Lá contém coisas como: “Trang Pak é uma vaca grotesca”.

Livro do arraso é esse rosa e a frase escrita na GIF significa, segundo o Google Tradutor: "Deixe sair, querida. Escreva no livro."

Com o livro exposto para toda a escola, a “loucura da selva” começou e só parou porque o Diretor Duvall (Tim Meadows) acionou o alarme de incêndio e convocou todas as meninas do 3º ano para o Ginásio do colégio.

“Vocês têm que parar de se chamarem de piranhas e vadias. Isso incentiva os homens a fazerem o mesmo”, disse a Sra. Norbury (Tina Fey), quando toda a tragédia acometida pelo Livro do Arraso já havia passado e tudo o que restou para Cady foi uma consciência pesada por tantos males provocados não só às Poderosas, como a si mesma e todo o resto da escola.

            
Discurso da Sra. Norbury à todas as meninas do 3º ano.

Para livrar-se da culpa e reconquistar seu lugar de “menina boa” na mente do espectador, a personagem principal assume toda a culpa do conteúdo do livro e decide “eliminar todo o veneno” da vida dela, a começar pedindo desculpas a quem ela mais afetou: Regina George.

Esse filme, além de ter 97 minutos de duração e uma linguagem simples, Tina Fey mostrou de fato seu talento para escrever roteiros e não deixou a trama tornar-se mais um clichê adolescente, porque tratou de trazer à tona os Círculos Sociais entre adolescentes e uma lição de moral sobre o que é Sororidade. Vê-la pondo todas as meninas contra a parede e fazendo elas desabafarem entre si e, consequentemente entenderem que as únicas inimigas que elas têm são as regras impostas e criadas por uma sociedade machista, que além de sexualizar o corpo da mulher impõe à elas um estereótipo inexistente.


VEJA TAMBÉM:

Eis uma das cenas que marcou o filme e serviu de inspiração para o videoclipe de "Thank u, Next" da Ariana Grande:

            

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