Autor: Lucas Rodrigues.
(foto autoral, que está disponível clicando aqui)
Aparentemente escrever ou
falar sobre essa “nova fase” que estamos vivendo, virou moda. Moda? Sim, moda.
Todos querem dar seus palpites, jogar suas frustrações na internet, ou, até
mesmo, aproveitar esse tempo para viver um “retiro espiritual”, como já disse a
cantora e compositora Manu Gavassi (adoro).
Já que isso de “fique em
casa, se puder” virou “tendência”, acredito que devo falar também... ou melhor,
escrever algo, que está em mim e já faz um tempo.
Semana passada, ao chegar
em casa do trabalho, fui correndo tomar banho, trocar de roupa, para poder
sentar em meu sofá e assistir minha “Fina Estampa”, que, inclusive, está
matando com uma surra de audiência muitas dessas telenovelas novas que a RedeGlobo vem produzindo e que após assistir
a alguns capítulos, cheguei ao foco dessa minha crônica ou texto (não sei) e
senti necessidade de expor um pensamento que me surgiu.
Na trama, a dona Griselda
(Pereirão para os íntimos), foi até a faculdade do Antenor (seu filho), deixar
alguns cadernos que aparentemente ele esqueceu em casa. Antenor é estudante de
medicina em uma das melhores faculdades particulares de uma das maiores
capitais do Brasil e é metido a “playboy rico”, mas na verdade, seu contexto é
outro, sua vida é outra.
Não, não quero entrar no mérito deles serem
pessoas com baixa renda.
E sim que nesse capítulo,
Pereirão, ao chegar a faculdade do filho, é posta para fora da instituição aos
gritos por aquele a quem ela gerou em seu ventre por nove meses. Mas, por quê?
Por vergonha de ter uma mãe que trabalha com “serviços de homem”. Até arrisco
um palpite: por não valorizar completamente a genitora que tem.
Dias se passaram, a trama
foi ganhado cada vez mais forma, outras coisas aconteceram entre os
personagens, até que chega o momento em que Griselda expulsa o Antenor de casa
e o garoto se vê em uma situação em que
o colo da mãe faz falta, assim como aquele cheiro de galinha cozinhando na hora
de almoço ou aquele beijo de boa noite que ganhava todos os dias. Agora, o
estudante de medicina sente saudades da mãe que ele mesmo rejeitou.
"Só vão me dar valor,
quando me perderem”, dizia minha avó aos filhos e netos. Enquanto eu olhava a
cena da novela, meus olhos encheram de lágrimas. Não por que a cena era
emocionante, mas sim, porque aquilo mexeu com a minha memória afetiva e com
algo que vem me amedrontando todos os dias: o medo de não saber como será o
amanhã. Se teremos a oportunidade de estarmos juntos de novo, ou não.
Não é fácil o momento que
estamos enfrentando. E, caro leitor, não venho aqui lhe pôr medo. Vim para te
questionar algo: você já disse que ama aquela(s) pessoa(s) (amigo, irmão, mãe,
pai, namorado, namorada, etc)?
Se estivéssemos em outros
tempos, eu pediria para você beijar, abraçar, ficar colado, etc. Mas, não
podemos cometer essa gafe, porque devemos cumprir o isolamento social, proposto
pelas autoridades. E, por isso, eu te digo: deixe claro que se importa, não
rejeite quem te ama e haja diferente do Antenor. Corra! Corra, antes que o
acaso, destino ou esse Novo Coronavírus lhe expulse da vida dela(s) (quem você
ama), e você seja obrigado a ficar apenas com as lembranças... com a saudade.
Bom, vou fazer minha
parte dizendo que te amo por ler até aqui! E, ah, se puder, fique em casa!
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