Beatriz Thayná Freire DANTAS
Ester Jardim Ferreira GOMES
Lucas Rodrigues BRITO
UNINASSAU JOÃO PESSOA, João Pessoa, PB
Resumo:
O presente estudo tem por escopo analisar o radiojornalismo no cenário
paraibano em recorte à Rádio Tabajara. Uma vez que, diariamente, as tecnologias
evoluem, os meios de comunicação já existentes buscam renovação. O método do
procedimento utilizado foi exploratório, de cunho bibliográfico e documental,
por também levantar dados sobre a Rádio Tabajara, realizado de forma
qualitativa, pois não foram analisados números e sim a atuação da rádio. Considerando
a internet, atualmente, a principal vitrine de divulgação de marcas, sobretudo
através as redes sociais, as empresas, de modo inteligente, estão aderindo cada
vez mais a essa ferramenta que gera impactos positivos e significativos.
Palavras-chave:
rádio; radiojornalismo; comunicação; interatividade.
Introdução:
Segundo o dicionário Aurélio, em sua 8ª edição, “rádio”, nada mais é do
que o “processo de empregar ondas eletromagnéticas para a transmissão à
distância, e sem fios, de sinais eletrônicos”. É possível dizer que: além do
rádio ser o primeiro meio de comunicação eletrônico, ele, por sua vez, é
“glocal”, ou seja, tanto conta um fato local, quando algo que aconteceu do
outro lado do mundo, ou seja, pode-se dizer que ele é realmente pioneiro em
vários aspectos.
É fato que os primeiros conteúdos radiofônicos foram restritamente
jornalísticos, onde trouxeram grandes coberturas de eventos, mas, não foi
apenas o radiojornalismo, que ganhou espaço nessa tecnologia: conteúdos
fictícios, como radionovelas, musicais, levando em consideração que os artistas
eram lançados nas rádios e esportivos, a exemplo de narrações de futebol
empolgadas e emotivas, também são ressaltados na grade de programação do mesmo,
que pode ser transmitido pela frequência AM (amplitude modulada) ou FM
(frequência modulada).
A “Amplitude Modulada”, foi descoberta século
XX e, com o passar do tempo, ela, passou a ser usada apenas para conteúdos
informativos, enquanto a frequência FM, ganhou sua “fama” na década de 1980
deixando de lado e, “roubando” o público da “prima” AM, porquê, em sua
programação, conteúdos de entretenimento dominava
História:
Foi na década de 1910, que o rádio no brasil começou a engatinhar, com a
rádio Recifense, a Clube de Pernambuco. Mas, foi em 1941, no Rio de Janeiro e
em São Paulo, que as rádios Nacional e Record trouxeram à tona o
Radiojornalismo, através da cobertura da II Grande Guerra Mundial, com o
Repórter Esso. Com suas trilhas sonoras, pontualidade e Heron Domingues como
seu locutor exclusivo, o Esso passou a ser o noticiário radiofônico mais famoso
da época, com uma audiência fidelizada.
Enquanto o noticiário não estava em seu auge, na Paraíba, a revolução de
1930, estava a todo vapor, porque os brasileiros estavam revoltados com a
eleição presidencial, que foi justamente uma fraude, assim, a primeira Rádio
Paraibana surgia:
Fala de Newton Monteiro para SANTOS H. (1977, p. 60)
Com Francisco de Sales Cavalcanti
como diretor, a emissora permanecia no ar, das 17hs às 21hs e, ela, nada mais
era do que uma sociedade, onde seus membros contribuíam financeiramente para a
manutenção, dando liberdade para os mesmos levarem seus próprios discos, para
serem transmitidos.
A audiência era baixa, porquê nem
todos podiam comprar os aparelhos receptores por serem caros, devido a isso, os
prefeitos estalaram alto-falantes pela cidade, para a população ter acesso a
programação da Rádio. Quando os receptores Philips vieram a chegar na Paraíba,
a burguesia local criou salas especiais, onde as pessoas se reuniam para ouvir
as transmissões e depois no mesmo local papeavam sobre o que haviam ouvido.
Com o passar do tempo, os meios de
comunicação tradicionais sofreram avanços tecnológicos, desde os impressos,
Rádio, TV e até as Webreportagens como se pode ver nos dias
atuais. Essas transformações serviram como desafio para reinventar o mundo
tecnológico.
A convergência jornalística é um processo multidimensional que,
facilitado pela implantação generalizada das tecnologias digitais de
telecomunicação, afeta os âmbitos tecnológicos, empresarial, profissional e
editorial dos meios de comunicação, propiciando uma integração de ferramentas,
espaços, métodos de trabalho e linguagens anteriormente desconectados, de forma
que os jornalistas elaboram conteúdos que se distribuem através de múltiplas
plataformas, de acordo com a linguagem própria de cada uma. (SALAVERRIA;
NEGREDO, 2008, P.45)
Na época, integração entre o Jornal
Impresso e o Radiojornalismo foi algo que consolidou a emissora radiofônica na
cidade de João Pessoa. O maior exemplo disso, foi que o Jornal União passou a
ser o jornal oficial da Clube da Paraíba, criando até uma coluna que foi intitulada
Vida Radiofônica.
Assim como Vargas fez com a Rádio
Nacional do Rio de Janeiro, tornando-a um
instrumento de afirmação do regime (ORTRIWANO, 1985); José Américo foi um
influenciador direto para o mesmo acontecer com a Clube da Paraíba: a
estatização da empresa. Por esse motivo, em 1937, a emissora deixou de ser
Clube e passou a ser Difusora, um nome altamente indutivo, fazendo dela e do
Jornal União, um instrumento de divulgação dos feitos estaduais.
Com essa mudança, a programação da
emissora começou a ser divulgada por seu jornal oficial e, também, aumentou,
passando assim, a funcionar das 18hs às 22hs e 30min (de segunda à sábado) e,
das 11hs às 13hs (aos domingos). A Rádio difusora teve em média, quatro meses
de vida, passando a ser a atual Rádio Tabajara, em homenagem aos índios
Tabajaras. Sobre isso, o Jorna A União comentou:
É uma justa homenagem que se presta
à grande tribo Tabajara, que comandada pelo valente cacique Pyragibe, nos
primórdios da civilização brasileira, teve uma influência notável e digna de
homenagens do espírito moderno que orienta a formação intelectual do Brasil.
A União (16 abr. 1937, p. 2)
Pelos grandes índices de audiência
herdada, a Rádio Tabajara optava pelos programas de auditórios. Esses programas,
formavam estrelas, muitas pessoas ganharam reconhecimento depois do auditório
da Rádio Tabajara.
Com a venda dos receptores, começou não só o crescimento, mas o
desenvolvimento e reconhecimento do rádio. As pessoas tiveram uma facilidade
maior em comprar aparelhos. Os ouvintes aumentaram, assim como o setor de
publicidade. Os programas de auditório foram caindo e palestras foram tomando
conta do lugar e ganhando o gosto do público ouvinte.
A Rádio hoje:
Com as novas atualizações, a Rádio Tabajara também acompanhou as tecnologias.
Hoje, a rádio possui algumas ferramentas de navegação como o Facebook e
Instagram. Além dessas redes sociais, eles contam com o site: radiotabajara.pb.gov.br,
que disponibiliza um menu de opções com “programação”, “notícias”, “rádio ao
vivo” e “contato”. Além dessas opções,
também é oferecido abas para a Governança, Licitações e contratos que estão em
construção. Possui também, o “entre em contato”, ferramenta em que as pessoas
podem enviar seus comentários por e-mail e os “links úteis”. O site é completo,
dispõe de postagens de suas redes sociais, vídeos de músicas e também o canal
ouvidoria, entendível e coeso por se tratar de uma rádio onde o principal
sentido é a audição.
A
rede digital proporciona um novo paradigma, a capilarização da emissão e
recepção de notícias por meio das mídias sociais, que são tecnologias usadas
pelas pessoas ou entidades, privadas ou públicas, para disseminar conteúdo,
provocando o compartilhamento de opiniões, ideias, experiências e perspectivas
diferenciadas. Os usuários, jornalistas ou não, podem atualizar e interagir na
construção do noticiário dia e noite, gerando consequências sociais evidentes,
como Primavera Árabe. (BARBEIRO; HERÓDOTO, 2013 P.35-36)
Com o Instagram atualizado, sorteios, lives
e stories, a rádio garante a
interatividade dos ouvintes. A emissora, disponibiliza também o aplicativo “Rádio
Tabajara”. Nele inclui, a transmissão de sinal AM e FM, ambas as frequências
estão como opções e possuem abas para site, redes sociais, telefone para contato
e também para um “sleep timer”, que é
uma sinalização convidativa ao leitor receber notificações do site.
Metodologia:
A pesquisa
realizada foi exploratória, de cunho bibliográfico e documental, pois também
foram levantados dados sobre a Rádio Tabajara e sua atuação no cenário
paraibano. Segue também o viés qualitativo, pois o que foi analisado foi a
atuação da rádio como meio de comunicação no estado da Paraíba e para além
disso, para o mundo, pela sua convergência midiática, conceituada por Henry
Jenkins (2008, p. 310) como um deslocamento de conteúdo midiático específico em
direção a um conteúdo que flui por vários canais. Com os múltiplos modos de
acesso, pode-se dizer que a mídia alternativa diversifica e a mídia de radiodifusão
amplifica.
A Rádio Tabajara, por ser estatal,
tem como forte a política e, ela, está preocupada em ser justamente a “voz” do
estado, transmitindo programas como o “Jornal Estadual” e o “Fala, Governador”.
A tecnologia em formato digital permite que os meios de comunicação
atinjam o usuário, de modo que ele obtenha uma resposta imediata. Assim, a
Interatividade é um tópico fundamental da comunicação digital (SANTAELLA;
LUCIA, 2004).
Segundo Felipe Pena, no seu livro Teoria do Jornalismo, a notícia possui
seus valores. Um deles, é o “Interesse Público”. Em análise, a emissora por ter
uma linha editorial ditada pelo Governo, sua grade de programação está voltada
ao poder público, trazendo muitas vezes consigo, assuntos que não estão sendo
tão procurados pela suposta audiência e, isso acaba gerando um impacto não
muito positivo em seu IBOPE. O público basicamente segmentado por política e em
menor instância pelo esporte.
Conclusão:
Concluímos que, as rádios têm
procurado novas formas de seguir essa nova era. A Tabajara, por sua vez, não
ficou para trás, pois, acompanhou essa “evolução” e mostrou-se disposta a
inovar, mesmo com tantos “baixos e altos” enfrentados e a queda orgânica que o
rádio sofreu assim que surgiu a Tv. O que antes eram alto-falantes em praças e
poucas pessoas com aparelhos Philips, hoje, a audiência pode ter acesso ao
conteúdo quando querem e aonde estiverem, através de suas Redes Sociais, seu
Site e, o “velho”, mas aos mesmo tempo tão atual aparelho de Rádio.
Referências:
BARBEIRO,
Heródoto, 1946 –
Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa - 8ª Ed. 2010 - Nova Ortografia
JENKINS,
Henry. Cultura da Convergência. São Paulo: Aleph, 2008.
Manual de Jornalismo para Rátio, Tv e
Novas mídias /
Heródoto Barbeiro, Paulo Rodolfo de Lima. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
ORTRIWANO,
Gisela Swetlana. A informação no rádio: os
grupos de poder e a determinação dos conteúdos.
São Paulo, Summus, 1985. 117 p.
PENA,
Felipe. Teoria do Jornalismo. 2 Ed. São Paulo. Editora Contexto. 2005.
Rádio
brasileiro: episódios e personagens / Mágda Rodrigues da Cunha, Doris Fagundes
Haussen (organizadoas). – Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003. 291 p.: il. (Coleção
Comunicação, 29)
SALAVERRÍA,
Ramón. Convergencia periodistica. In: Metodologia para o Estudos dos
Cibermeios. Salvador, 2008.
SANTAELLA,
Lúcia. Navegar no ciberespaço: o perfil do leitor imersivo. São Paulo: Paulus,
2004.
SANTOS, Hayton. O Rádio paraibano em álbum de recordações: 1932-1960.
João Pessoa, 1977.
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